MENTE INQUIETA

Mente inquieta

Esse blog existe desde março 2009 (o domínio antigo era jayetros.blogspot) e como estamos em 2021 isso significa que ele já tem 12 anos. 12 anos! Eu já fui muitas pessoas aqui, já quis ser muitas pessoas e ás vezes me pego lendo as postagens de um menino de 20 anos cheio de sonhos e traço um paralelo da pessoa que hoje me tornei e fico perguntando a mim mesmo o que o eu daquela época diria para o eu de hoje.

Bem, eu sou o Jay e atualmente tenho 33 anos. Sou fisioterapeuta formado e uma pessoa naturalmente inquieta, questionadora e barraqueira quando tem que ser. Nasci sob o signo de leão e talvez venha daí o meu ser temperamental e dramático. No futuro quando for mudar o layout pela milésima vez talvez essa descrição já seja outra. Num resumo bastante sucinto é isso.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Das komplette und völlige chaos

Eu não sei nem por onde começar porque é tanta coisa ruim acontecendo ao mesmo tempo, mas vamos lá... Desde que vovó Lau morreu a minha vida tem sido um completo e absoluto caos, nada tem dado certo e a impressão que eu tenho é de estar no meio do olho do furacão e tudo ao meu redor desmorona sob minha visão sem que eu possa fazer nada. 

Na semana da morte de vovó meu pai foi sequestrado ou pegaram ele, não sei ao certo e nem ele quis falar. Fato é que foi espancado, queimado nas costas, no joelho e no braço a ponto de não conseguir nem andar e jogado na frente da casa dele, claramente um recado! Essa situação gerou um efeito colateral e ficava obvio que aos 71 anos meu pai tem condição nenhuma de viver a vida da forma que estava vivendo anteriormente com a liberdade que é dada a qualquer ser humano, pelo bem dele mesmo. Corremos com atendimento médico, remédios, cuidados e em consenso a família decidiu que vivendo num lar de idosos ele terá mais qualidade de vida. Assim que melhorar os ferimentos esse é o destino dele. 

Olhando para meu pai que agora é um senhor de idade a gente percebe uma certa perturbação mental, ele tem um lado do corpo um pouco paralisado, fala só, tem rompantes de humor bruscos mas é um ser humano. Eu tenho minhas diferenças com ele (e são muitas) tem toda a questão da geração e valores que nos separa. Ele não foi um bom pai, de longe não foi mas me dói ver que na velhice que é quando eu deveria estar cuidando dele, eu nada posso fazer. Tenho resolvido questões burocráticas em banco, acompanhando em consultas neurológicas (inclusive sou o único filho fazendo isso) e toda vez que olho para ele e sei o destino que vai ser daqui para frente minha alma dói. Eu fico com muita pena dele, se tivesse condições financeiras e uma casa que pudesse acolhê-lo como deve ser eu mesmo cuidaria dele. Infelizmente, agora não tenho como. 😢 Essas cenas rebobinam na minha cabeça o tempo todo, semanas que não consigo dormir bem. 

Minha mãe também tem sido motivo de noites e mais noites em claro. Ela não reagiu bem a morte da minha bisa (que foi a mãe dela e a criou mais que a própria mãe) e isso desencadeou um efeito dominó que parece não ter fim. O ritmo de vida da minha mãe é muito estressante, o trabalho dela é estressante e como tantos outros brasileiros autônomos um dia em que não trabalha, é um dia sem dinheiro e as contas precisam ser pagas - e não são poucas -. Quando a oferta de trabalho diminui e consequentemente as finanças também isso por si só é um estresse profundo. Mainha trabalha tanto que adquiriu síndrome metabólica. Imagina a pessoa trabalhar tanto a ponto de adoecer e ter que continuar trabalhando. Pois é exatamente isso que ela vive. O relacionamento dela eu acho tóxico o que também influencia no psicológico da pessoa então a soma de todas essas coisas juntas uma hora só podia dar em merda (e deu). 

No dia 26/08 eu recebo uma ligação informando que ela tinha sofrido um acidente de carro e colidido com um muro no viaduto Capitão Temudo 


Imediatamente eu corri para o Hospital Esperança onde ela estava internada e fui ficar fazendo companhia. Lá eu soube que ela teve uma sincope, foi socorrida pelo SAMU e estava em observação. Quando a médica informou que ela ficaria numa UTI mesmo estando com os parâmetros estabilizados e sem alterações nos exames neurológicos e ortopédicos, ambas discutiram. Mainha assinou um termo de responsabilidade e foi embora do hospital. Passou a sexta 27/08 se sentindo mal e no dia 28/08 eu a encontrei desmaiada no chão do banheiro e levei imediatamente para o hospital onde ficou internada até o dia 02/09. No dia 03/09 por volta das 16hrs recebo uma ligação informando que o carro da minha mãe tinha capotado no túnel da abolição 
 

Não pensei em nada e somente fui, sai correndo igual a um louco e chegando lá as cenas foram de terror. Eu vi o carro virado com um monte de gente filmando ao redor, os bombeiros sem saber como tirar ela lá de dentro e eu ali impotente. 


Mais uma vez socorrida pelo SAMU e internada no Hospital Esperança, já foi direto para a UTI. Graças a Deus sem sequelas ou arranhões. Todo o tempo eu estava a acompanhando. No dia 06/09 meu irmão que não tinha ficado um dia sequer no primeiro internamento resolveu assinar um termo de responsabilidade e liberar ela por conta própria e desde então sigo acompanhando minha mãe de perto. Hora com ataques de ansiedade, pânico, mal estar que provavelmente terá alguma explicação na segunda quando formos na primeira consulta do psiquiatra porque não é normal a pessoa ter sucessivas sincopes desta forma. 
Aos poucos ela voltou ao trabalho e hoje houve uma briga de casal bem intensa que inclusive se falou até em término. Se acabou mesmo vai ser outro caos porque isso vai descompensar completamente o psicológico de uma pessoa que está mais do que abalado. Eu preciso estar completamente equilibrado e compreensivo porque vou ter que segurar as pontas emocionais disso. 

Em meio a tudo isso fui demitido. O contingente diminuiu por conta da pandemia foi a desculpa que eu tive que ouvir. Mas, é obvio que essa demissão foi devido ao fato de eu precisar me afastar do trabalho para cuidar da minha mãe que havia sofrido um acidente e estava internada. Não quis nem discutir, apenas ouvi e fui embora sem dizer uma palavra. 

Eu não sei o que sentir diante dessas adversidades, não sei o que dizer, minha vida está desestabilizada, parece que todos os meus sonhos escoaram pelo ralo, tudo está dando errado e estou vivendo um pesadelo que parece não ter fim. Eu vim escrever aqui para me acalmar porque eu preciso me manter forte e equilibrado como uma muralha mas é difícil se manter de pé quando tudo vai contra você. 
Espero que o destino me reserve coisas boas e enquanto isso não acontece me mantenho firme.
Que a próxima postagem seja para falar de coisas boas. 







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