Inquietações

Num mundo onde as relações são estabelecidas de acordo com o que você pode proporcionar ao outro. Como sabemos a nossa própria necessidade? Fiquei me perguntando isso durante alguns dias porque de uma certa forma tudo que a gente acaba fazendo tem um motivo por trás, mesmo que inconsciente. Mas quando o objetivo não sai da forma que gostaríamos, qual é a maneira certa e justa de agir? Eu particularmente detesto lidar com perdas, sou muito competitivo e me preocupo sempre com minha imagem antes de qualquer coisa em relação a trabalho. Na minha vida pessoal sou mais tranquilo, me importo mais em sorrir e saber a nova coleção da Jimmy Choo ou da Dolce & Gabanna do que ficar com o meu tempo vago emanando energia de conspiração e fofoca para as outras pessoas. Esse ano subi em mais um degrau de amadurecimento em relação aos outros, fiz algumas escolhas erradas e acredito que acertei bem mais do que errei. Aprendi a não me chatear com as injustiças dos semelhantes mesmo tendo em vista que certas atitudes que foram tomadas comigo e que aparentemente eu não me chateei, me deixaram extremamente decepcionado. Mas nada há de se fazer com isso, não é verdade? É a vida. 

Esses últimos dias eu tenho pensado bastante a respeito da minha profissão. Será essa mais uma escolha errada que estou fazendo? Ou é a vida mostrando que nada vem fácil e sem esforço? Porque as vezes bate dentro de mim uma revolta tão grande e eu me pergunto, porque tem pessoas que são nitidamente inferiores a mim em relação a talento, técnica, tudo...   E essas pessoas tem mais oportunidades do que eu? Sera que eu devo fazer como eles, criar um personagem na vida real, fazer "linha" e anular o que eu sou para que a sociedade me acolha de acordo com o que ela quer? Onde fica o meu direito do livre arbítrio nesse caso. O que eu vou estar querendo provar agindo dessa forma?  Nem eu sei responder isso, a única maneira sensata de agir é se afastando se isso me incomoda tanto, e não foi por conta de nenhum conselho que cheguei a essa conclusão. Talvez eu esteja até exagerando ( o que é bem peculiar se tratando de mim), mas não vou me anular se é isso que sinto, é isso mesmo que escrevo. Eu sou infinitamente maior do que aparento, pode acreditar. Eu tenho apenas 23 anos e uma vida inteira pela frente, ainda vou me decepcionar muito e ter muitas realizações e se a vida é feita de escolhas. Hoje eu escolho não querer mais ser tratado como um figurante.