MENTE INQUIETA

Mente inquieta

Esse blog existe desde março 2009 (o domínio antigo era jayetros.blogspot) e como estamos em 2021 isso significa que ele já tem 12 anos. 12 anos! Eu já fui muitas pessoas aqui, já quis ser muitas pessoas e ás vezes me pego lendo as postagens de um menino de 20 anos cheio de sonhos e traço um paralelo da pessoa que hoje me tornei e fico perguntando a mim mesmo o que o eu daquela época diria para o eu de hoje.

Bem, eu sou o Jay e atualmente tenho 33 anos. Sou fisioterapeuta formado e uma pessoa naturalmente inquieta, questionadora e barraqueira quando tem que ser. Nasci sob o signo de leão e talvez venha daí o meu ser temperamental e dramático. No futuro quando for mudar o layout pela milésima vez talvez essa descrição já seja outra. Num resumo bastante sucinto é isso.

sábado, 15 de maio de 2021

2021

Ontem finalmente escrevi e finalizei meu último diário após nove anos e sete meses. Contando com os doze anos desse blog e do vasto material de anotações que possuo desde 2003 lá se vão dezoito anos de lembranças escritas e quanta coisa mudou - e que bom que tenham mudado - Hoje eu consigo ler essas lembranças com um certo distanciamento, antes era difícil porque reviver memorias sobretudo as ruins provoca uma dor quase física. 

Quero transformar tudo isso num livro, um presente meu para mim mesmo. Vou dedicar esse ano para isso já que a vacinação do coronavírus anda problemática, lenta e sem perspectiva assim como meu futuro profissional. Quero ao menos deixar mais esse registro. Volto ao blog sempre que der porque aqui as coisas são mais difíceis e estranhamente tenho leitores que consomem a minha vida, acho isso engraçado até. Não posso esquecer que se trata de um lugar de internet então no que diz respeito a outras pessoas tudo que eu postar tem que ser cifrado e a intenção é justamente essa, não ter identificação clara. 

Bom, revisitando minhas memórias cheguei a conclusão de que no mundo somos obrigados a negociar, a própria vida nos impõe isso.  Algumas pessoas negociam bem, outras mal. Mas cada uma delas sabe, seja o valor que for, quanto vale aquilo que se quer. E sabe o limite que vale a pena para se conseguir o que deseja. Quem não sabe é porque - assim como eu - tem duvidas sobre o que realmente deseja. Tenho essa reflexão enquanto sinto a luz do sol brilhando no meu rosto nesse sábado frio, é quase um sonhar acordado, uma irrealidade... Tão irreal quanto o nome que me dei, a persona que criei de mim mesmo: Jay. Nada é de Jay aqui, a pessoa por trás é o Renato. Mas só o Jay poderia chegar a essa conclusão. Nunca o Renato. 

Viver minhas escolhas e passar pelo que passei guiado apenas por isso me mostrou bem onde as armadilhas do mundo se encontram e eu só sei disso porque caí em todas elas. Em momentos assim eu paro para pensar na minha trajetória até aqui e reflito sobre os frutos que colhi, que ainda vou colher, que simplesmente deixei de colher ou até aqueles que colhi ou estou colhendo sem saber. Ficar assim me faz olhar para trás e lembrar das minhas coisas do passado com uma certa saudade, diria até que com carinho e amor. Se não fosse meu passado eu não teria a referência necessária para ser quem eu sou hoje, não o gay que me mostro que afronta o mundo, que não tem medo eu falo do meu outro lado, que poucas pessoas conhecem e que não posso deixar que morra. Lembrar desses momentos, assistir esse filme do meu passado que só existe em minhas anotações e na minha cabeça até me emociona porque eu me permiti passar por coisas, sofri uma relação toxica que não tinha necessidade de sofrer. Mas não posso me culpar, era muito jovem e inexperiente. Queria limpar as lagrimas daquele meu eu do passado e pedir para ele levantar a cabeça. 

Foi o sofrimento daquele Jay do passado que me ensinou lições que me permitiram voltar a ser Renato, porém um Renato mais experiente, calejado e com alguma clareza sobre certas coisas que julgo na vida sejam elas fáceis ou não. Esse foi o papel que me coube naquele momento e serviu de material para que hoje eu pudesse olhar para tudo aquilo e ser a pessoa que escreve sobre isso nesse momento. 


Filosofei demais. É isso por hoje. 


Um beijo em todos 

Com carinho, Renato. 

 

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