Voltando a foto... É engraçado como as aparências nem sempre mostram o que se passa nas profundezas da nossa alma. Apesar de ser uma foto muito bonita a primeira vista por dentro eu estava péssimo, com o coração partido, mas quando se tira uma foto o importante é mostrar que está bem, não é? Mesmo que depois dela você se tranque no banheiro e chore porque as vezes só o choro pode ser atalho para a melhor compreensão das coisas.
Nessa época, acho que novembro ou dezembro de 2018 eu tinha começado a me relacionar com E******, tinha acabado de voltar de uma viagem a São Paulo e tudo parecia um sonho porque de fato havia realizado um. Ele me ligou para dizer que ia entrar em retiro espiritual e pediu para não ligar mais para ele, do nada! No decorrer do relacionamento isso se repetiu algumas vezes e eu até me acostumei antes de dar um basta, mas a primeira vez que isso aconteceu foi bem nessa viagem e isso me descompensou.
Foi duro me conter diante dos meus amigos, quantas vezes não senti vontade de pegar um carro e ir embora, de ir atrás dele, de perder a compostura, de me arremessar sobre ele, de gritar, de berrar, espernear? Mas havia um Renato por trás: aquele que, mesmo com um coração machucado, sabia que não era justo comigo e nem com as outras pessoas estregar um final de semana inteiro por conta de um surto desnecessário. Foi aí que eu aprendi que sofrer pela atitude do outro é uma escolha e eu escolhi não sofrer.
No fim das contas a vida do gay é essa: uma vida de medo, medo de rejeição! Depois de chorar tudo que tinha que chorar no banheiro deixei o Jay sofredor lá e saí um Renato destemido. Se nesses momentos de vazio não houver amor próprio é impossível se sustentar. O namoro - se é que posso definir como tal - durou ainda um tempo, deu o que tinha que dar e eu não me arrependo porque tive muito mais motivos para sorrir do que para chorar. Hoje temos uma boa relação de amizade mesmo que distante. Ás vezes é de bom tom olhar para trás e compreender que até nas piores experiências algo positivo aconteceu. Já dizia Andressa Urach que o passado é lugar de referência não de permanência.
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