MENTE INQUIETA

Mente inquieta

Esse blog existe desde março 2009 (o domínio antigo era jayetros.blogspot) e como estamos em 2021 isso significa que ele já tem 12 anos. 12 anos! Eu já fui muitas pessoas aqui, já quis ser muitas pessoas e ás vezes me pego lendo as postagens de um menino de 20 anos cheio de sonhos e traço um paralelo da pessoa que hoje me tornei e fico perguntando a mim mesmo o que o eu daquela época diria para o eu de hoje.

Bem, eu sou o Jay e atualmente tenho 33 anos. Sou fisioterapeuta formado e uma pessoa naturalmente inquieta, questionadora e barraqueira quando tem que ser. Nasci sob o signo de leão e talvez venha daí o meu ser temperamental e dramático. No futuro quando for mudar o layout pela milésima vez talvez essa descrição já seja outra. Num resumo bastante sucinto é isso.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Quando uma foto traz lembranças

Achei essa foto nos arquivos que guardo. Eu lembro desse dia, rs. Estava numa viagem com amigos, foi uma viagem maravilhosa, repetimos varias nos anos seguintes... Hoje em dia com o coronavírus parece uma lembrança antiga e impossível. Falando em coisas impossíveis, comecei a apresentar alguns sintomas gripais que podem ser de Covid - one more time -, o resultado do teste que fiz hoje sai daqui há sete dias, não há de ser nada grave afinal de contas é para isso que serve a vacina. 

Voltando a foto... É engraçado como as aparências nem sempre mostram o que se passa nas profundezas da nossa alma. Apesar de ser uma foto muito bonita a primeira vista por dentro eu estava péssimo, com o coração partido, mas quando se tira uma foto o importante é mostrar que está bem, não é? Mesmo que depois dela você se tranque no banheiro e chore porque as vezes só o choro pode ser atalho para a melhor compreensão das coisas.

Nessa época, acho que novembro ou dezembro de 2018 eu tinha começado a me relacionar com E******, tinha acabado de voltar de uma viagem a São Paulo e tudo parecia um sonho porque de fato havia realizado um. Ele me ligou para dizer que ia entrar em retiro espiritual e pediu para não ligar mais para ele, do nada! No decorrer do relacionamento isso se repetiu algumas vezes e eu até me acostumei antes de dar um basta, mas a primeira vez que isso aconteceu foi bem nessa viagem e isso me descompensou. 

Foi duro me conter diante dos meus amigos, quantas vezes não senti vontade de pegar um carro e ir embora, de ir atrás dele, de perder a compostura, de me arremessar sobre ele, de gritar, de berrar, espernear? Mas havia um Renato por trás: aquele que, mesmo com um coração machucado, sabia que não era justo comigo e nem com as outras pessoas estregar um final de semana inteiro por conta de um surto desnecessário. Foi aí que eu aprendi que sofrer pela atitude do outro é uma escolha e eu escolhi não sofrer. 

No fim das contas a vida do gay é essa: uma vida de medo, medo de rejeição! Depois de chorar tudo que tinha que chorar no banheiro deixei o Jay sofredor lá e saí um Renato destemido. Se nesses momentos de vazio não houver amor próprio é impossível se sustentar. O namoro - se é que posso definir como tal - durou ainda um tempo, deu o que tinha que dar e eu não me arrependo porque tive muito mais motivos para sorrir do que para chorar. Hoje temos uma boa relação de amizade mesmo que distante. Ás vezes é de bom tom olhar para trás e compreender que até nas piores experiências algo positivo aconteceu. Já dizia Andressa Urach que o passado é lugar de referência não de permanência. 






 

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