MENTE INQUIETA

Mente inquieta

Esse blog existe desde março 2009 (o domínio antigo era jayetros.blogspot) e como estamos em 2021 isso significa que ele já tem 12 anos. 12 anos! Eu já fui muitas pessoas aqui, já quis ser muitas pessoas e ás vezes me pego lendo as postagens de um menino de 20 anos cheio de sonhos e traço um paralelo da pessoa que hoje me tornei e fico perguntando a mim mesmo o que o eu daquela época diria para o eu de hoje.

Bem, eu sou o Jay e atualmente tenho 33 anos. Sou fisioterapeuta formado e uma pessoa naturalmente inquieta, questionadora e barraqueira quando tem que ser. Nasci sob o signo de leão e talvez venha daí o meu ser temperamental e dramático. No futuro quando for mudar o layout pela milésima vez talvez essa descrição já seja outra. Num resumo bastante sucinto é isso.

segunda-feira, 21 de março de 2022

Chaos

Eu falei que voltaria em breve para os updates da minha vida né? Bem... A profissional está completamente inexistente e todo dia eu penso que tenho quase 34 anos e não construí absolutamente nada, eu me sinto uma farsa, um fracasso e lido todos os dias com meus próprios fantasmas que me lembram diariamente que nada do que fiz deu certo. Eu juro que tem horas que a vontade que eu tenho é só de morrer.

A amorosa foi risível, Max que foi o nome do indivíduo que eu me apaixonei se mostrou um belo de um babaca e depois que conseguiu o que queria (transar comigo) não teve nem a consideração de falar mais nada. Para não ser injusto quando meu pai faleceu ele mandou uma mensagem super genérica de condolências que era melhor não ter mandado nenhuma. Realmente me deu vergonha de ficar escutando Jão e pensando nele. Pior de tudo para mim foi a sensação de me sentir usado e descartado e nem vou cobrar tanta coerência da minha parte porque ele agia de uma forma muito sedutora, compreensiva e para uma pessoa carente do jeito que eu estava era de se esperar que eu caísse desse penhasco, caí e a queda doeu. Depois desse episódio eu tive um outro ainda pior.

Um tempo atrás até mesmo antes de meu pai falecer tinha saído com Carol para um bar LGBT da cidade e vi um menino que estava lá, eu notei que ele estava me paquerando mas não dei muita bola porque não estava num bom dia. Esse menino não sei como achou meu perfil na internet, trocamos contato e ficamos nos falando por meses até que sexta feira (18/03) finalmente tivemos nosso primeiro encontro e o que era para ser uma noite romântica virou um enterro. O cara já entrou na boate paquerando todo mundo ao redor comigo do lado, beijou outro cara na minha frente quando fomos comprar bebida, na hora que estávamos na pista de dança também beijou outro cara e depois ficou me chamando de amigo. Essa foi uma situação embaraçosa e humilhante da qual eu não devo me culpar porque foi uma falta de respeito que partiu dele, mas né? Para alguém que tem histórico de rejeição isso bate num lugar muito especifico. Que noite horrenda meu Deus, já me acostumei ao fato de que não nasci para ser amado por ninguém porque minhas relações sempre terminam em trauma. Estou completamente desacreditado no amor.

No âmbito familiar nada também vai bem porque como eu não estou psicologicamente equilibrado por vários fatores não é difícil imaginar que a vida dentro da minha casa que deveria ser um reduto de paz virou um reduto de caos. Minha relação com minha mãe vai de mal a pior principalmente depois da morte do meu pai, ela se tornou uma pessoa ainda mais distante de mim do que já era, fala coisas terríveis comigo e a sensação que tenho é que se tratando de mim não existe mais respeito, admiração ou cuidado. Ela me trata como um mordomo sempre a disposição das ordens dela porque o fato de morar aqui significa que tenho de me submeter as suas vontades por sua vez eu também estou impaciente, decepcionado com esse tratamento dela comigo, me sinto injustiçado então quando acontece de ter dias em que os dois estão impacientes pega fogo.

Nem sempre eu estou certo nas palavras, mas eu reajo as atitudes e falas dela, nossa relação só vai mudar quando eu sair daqui a convivência está sendo maçante, cansativa, tem me feito muito mal viver nessas condições apesar de todo meu privilégio. A convivência dissolve a gentileza. Durante muito tempo eu achei e me sentia na obrigação de agradar minha mãe sob todos os aspectos porque me sentia culpado por ser gay daí quando eu tive consciência que eu poderia ter minhas próprias vontades respeitadas aí começaram os conflitos que foram se intensificando com o tempo. Coisas bestas começaram a gerar desentendimentos por exemplo, se eu tivesse um compromisso marcado e saísse para acompanhá-la em algo, nunca meu horário era respeitado. Já teve episódios de eu perder cinema, os parabéns de aniversários e etc. porque estava acompanhando-a comprar roupa. Quando a minha postura mudou e eu comecei a ir embora no horário que eu tinha combinado e deixado ela nesses lugares sozinha aí que foi dado o start.  Hoje a forma mudou um pouco, o boicote quando saio é outro.

Minha mãe além de depressão tem várias doenças pré existentes que vão de diabetes a enxaqueca crônica, passando por uma insuficiência renal importante, pressão alta e ela quase teve câncer de colo de útero tendo que ser mapeado isso mensalmente e nem isso ela faz. Então adquiriu-se o habito de ou se automedicar ou ficar em casa passando mal até as últimas para assim procurar um hospital. Ai quando eu saio fico sendo bombardeado de mensagens dela dizendo que não tá bem, que o médico que trabalha com ela orientou ela a ir não sei onde me diz se você saindo para qualquer lugar recebe uma mensagem assim da sua mãe como é que você fica em paz? Isso é outra coisa me irrita nela. Então o somatório de tudo isso acaba virando ranço, com a venda da casa do meu pai eu vou ganhar uma grana que vai dar para me manter um tempo fora e acho que a relação vai melhorar bastante com a distância porque isso tem feito eu me tornar uma pessoa chata, amarga e intolerante. Esse comportamento também deve provocar nela o mesmo ranço e num lugar que não existe dialogo porque de fato a gente não tem como é que se resolve? Todas as vezes que a gente conversou sobre mudar as coisas para viver melhor ela nunca mudou, fica difícil. Mas isso não é culpa dela somente porque eu também tenho uma participação muito grande nessa relação de dependência sobretudo emocional, se as coisas chegaram nesse ponto foi porque eu permiti que elas fossem desse jeito. O tempo melhora as coisas e eu espero que amenize essas tretas porque eu amo minha mãe e me machuca muito viver nesse clima porque ninguém é uma coisa só. Não vou taxá-la de ruim por um lado sendo que ela tem outros que são bons e eu também tenho meus defeitos que não são poucos.

Acho que no fim das contas sendo objetivo tudo parte mais de mim do que nos outros porque eu fico me comparando com meu irmão caçula de 25 anos que já comprou o imóvel dele e está indo morar na Suíça dia 30 enquanto eu construí o que? O ranço das pessoas em mim.

Por hoje é só.

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