Hoje acordei com vontade de escrever sobre mim, mas não aquela parte dos problemas que vez ou outra venho detalhar aqui. Queria achar uma forma de traduzir em palavras como eu me sinto na maior parte do tempo, há dias como hoje em que me sinto na inquisição. A sensação é de estar numa fogueira ouvindo ao meu redor: “queima a bruxa” e a bruxa sou eu.
E eu reajo a esse sentimento com explosão, tudo pode
deflagrar uma briga independente da pessoa e nisso eu sou bastante justo porque
a minha animosidade é igual para todo mundo. Meu pensamento é acelerado, sou
muito bom de raciocínio e palavras, se junta isso com um momento de fúria é a
gasolina e o fogo necessário para tudo ir pelos os ares. Isso é algo que busco
mudar na terapia junto com uma certa mania de reclamar, eu reclamo de tudo e a
minha psicóloga disse que reclamar é clamar duas vezes e tem situações e
mudanças que não se resolvem reclamando. Errada ela não está.
Ainda assim é difícil manter esses ensinamentos porque eu não
gosto dessa sensação das pessoas sentenciando minha vida e ela tem sido cada
vez mais frequente. Eu olho para mim e enxergo algo que nunca fui que é uma
pessoa amarga, compulsiva, depressiva... Tem momentos em que eu questiono minha
própria sanidade achando que minha saúde mental acabou. Meu humor oscila tanto
que já cogitei a possibilidade de ser um fragmentado, bipolar, sociopata, psicopata, narcisista, ególatra... Nossa, só eu sei o que
se passa na minha cabeça.
Eu realmente estou num momento muito infeliz da minha vida e
não sei sair disso, acho que minha mente está tão fechada nesse ideal de
fracasso que sinto que para mim não existe solução, que tudo acabou e até minha
formação superior que eu tinha tanto orgulho de ter concluído pensando hoje
acho que foi um erro porque ao invés de me libertar, me aprisionou. Eu sinto
falta do Renato lá de 15 anos atrás com sonhos. Eu idealizava minha vida de uma
forma completamente diferente do que ela se tornou hoje. Me sinto velho, incapaz
de despertar o interesse das pessoas e nos momentos de descontração as vezes
finjo ser um personagem para poder me manter agradável quando na verdade queria
estar em casa dormindo. Sei que a verdade plena é uma utopia só que sendo
honesto sobretudo comigo em nenhum pilar de relação humana eu tenho êxito, a
questão familiar dispensa comentários, tem sido insustentável, a amorosa completamente
inexistente e a profissional um verdadeiro lixo e olhe que isso é uma palavra bem
amena. 32 anos e eu não construí absolutamente nada se isso não é um grande
fracasso que nome pode ter? Ao redor todos os meus amigos construíram suas
carreiras uns com dificuldade, outros não mas avançaram o sinal e eu permaneci
para trás, esse sentimento de ficar para trás é muito ruim porque me faz pensar
que viver não vale a pena porem morrer também não. Essa dicotomia que é a minha
vida gera muita controvérsia porque sinto que não achei meu lugar no mundo e
quando a gente não se sente pertencente a algo resta o vazio e é assim que me
sinto: vazio.
Como preencho esse vazio é uma grande questão da qual infelizmente
não enxergo solução e nem resposta. Enfim... Hoje eu precisava de acolhimento,
mas só consigo me enxergar sozinho. Espero que em algum momento isso passe.
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